O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou alta de 0,86% em outubro, comparado a setembro, segundo dados divulgados hoje (14). Esse foi o sexto mês seguido de crescimento do indicador.
Em setembro, a expansão ficou em 1,68%, seguida de crescimento de 1,62%, em agosto, 2,42%, em julho, 5,23%, em junho, quando houve o maior crescimento nessa comparação mensal, e 2,15%, em maio.
Esses dados são dessazonalizados, ou seja, são ajustados de acordo com as características de cada mês.
Na comparação com outubro de 2019, houve retração de 2,61% nos dados sem ajustes, por se tratar de períodos iguais.
Em 12 meses encerrados em outubro, o indicador teve queda de 3,93%. No ano, até outubro, o recuo chegou a 4,92%.
O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira e ajuda o BC a tomar suas decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic.
O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária, além do volume de impostos.
O indicador foi criado pelo BC para fazer um acompanhamento mensal da atividade econômica. Mas o indicador oficial, com metodologia diferente do IBC-Br, é o Produto Interno Bruto (PIB), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado trimestralmente.
O Senado aprovou nesta quinta-feira (10) o projeto que torna permanente o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
O programa prevê linha especial de crédito para micro e pequenos empresários e foi criado para o período de pandemia.
Com a aprovação desta quinta-feira, a proposta segue para a Câmara dos Deputados.
O Pronampe é destinado a:
microempresas com faturamento de até R$ 360 mil por ano;
pequenas empresas com faturamento anual de R$ 360 mil a R$ 4,8 milhões.
Pela proposta aprovada pelo Senado, se o dinheiro destinado pelo governo a outros programas emergenciais de crédito não for usado até o fim deste ano, será transferido ao Pronampe.
Essa regra só valerá se o decreto de calamidade pública no Brasil, que vence em 31 de dezembro, for prorrogado.
Financiamento do programa
Atualmente, a cada fase do programa, a União aumenta participação no Fundo de Garantia de Operações (FGO) para dar suporte aos empréstimos.
Na primeira etapa, o aporte foi de R$ 15,9 bilhões; na segunda, de R$ 12 bilhões. Os senadores aprovaram, no mês passado, a terceira rodada do Pronampe, e a expectativa era de que mais de R$ 10 bilhões fossem reservados.
O FGO é um fundo privado, criado em 2009, e administrado pelo Banco do Brasil. Garante operações de crédito a micro, pequenas e médias empresas, e também aos micro empreendedores individuais (MEI).
A proposta aprovada nesta quinta estabelece que, além do montante transferido para o FGO, o Pronampe será financiado por meio de doações privadas e de emendas parlamentares de autoria das comissões e do relator do Orçamento. Emendas são indicações feitas por deputados e senadores para a alocação de recursos públicos em determinados setores e regiões do país.
Conforme o texto, o Conselho Monetário Nacional (CMN) vai elaborar as novas regras, do Pronampe permanente, como, por exemplo, a taxa de juros e o período para quitação dos empréstimos.
Regras atuais
Pelas regras atuais do programa, a taxa de juros anual máxima é igual à taxa Selic (atualmente em 2% ao ano), acrescida de 1,25%, incidentes sobre o valor do crédito contratado.
O empresário tem três anos para pagar o empréstimo.
Os valores que podem ser emprestados aos pequenos negócios são esses:
O valor é de até 30% da receita bruta anual da empresa no ano passado, o que corresponde a, no máximo, R$ 108 mil para microempresas e R$ 1,4 milhão para empresas de pequeno porte;
Para novas companhias, com menos de um ano de funcionamento, há duas opções: o limite do empréstimo pode ser de até metade do capital social ou de 30% da média do faturamento mensal – neste caso, a média é multiplicada por 12 na hora do cálculo.
A lei em vigor também dá a possibilidade de empréstimo aos profissionais liberais, desde que não possuam vínculo empregatício de qualquer natureza ou tenham participação ou sociedade em alguma empresa.
Neste caso, eles têm a chance de começar a pagar o empréstimo somente oito meses depois da formalização da operação de crédito. O valor do financiamento feito pelos liberais não pode passar de R$ 100 mil.
As micro e pequenas empresas podem usar os recursos obtidos para investimentos, para pagar salário dos funcionários ou para o capital de giro, com despesas como água, luz, aluguel, reposição de estoque, entre outras. Mas são proibidas de usar os recursos para distribuição de lucros e dividendos entre os sócios do negócio.
As vendas do comércio varejista cresceram 0,9% em outubro, na comparação com setembro, com o setor cravando a 6ª alta consecutiva, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em relação a outubro de 2019, o avanço foi de 8,3%, a quinta taxa positiva consecutiva e a maior para um mês de outubro desde 2012 (9,2%).
“O patamar do varejo bateu recorde pela terceira vez seguida, ficando 0,9% acima de setembro e 8% superior a fevereiro, nível pré-pandemia”, destacou o IBGE. “O crescimento, porém, foi desigual”, acrescentou.
De acordo com o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o patamar atual de vendas supera em 2,8% o pico mais alto do setor na série histórica, que havia sido alcançado em outubro de 2014.
A expectativa em pesquisa da Reuters era de baixa de 0,20% na comparação mensal e de avanço de 6,70% sobre um ano antes.
O IBGE revisou os dados do comércio dos últimos quatro meses, que tiveram alta menos intensa que a divulgada anteriormente. O crescimento de junho foi de 8,6%, e não de 8,7%. Já o de julho foi revisado de 4,7% para 4,6%, enquanto o de agosto de 3,1% para 2,9%. Em setembro, a alta foi de 0,5%, e não de 0,6%.
Veja o desempenho de cada uma das atividades em outubro
Combustíveis e lubrificantes: 1,1%
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 0,6%
Tecidos, vestuário e calçados: 6,6%
Móveis e eletrodomésticos: -1,1%
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 2,3%
Livros, jornais, revistas e papelaria: 6,6%
Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 3,7%
Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 1,9%
Veículos, motos, partes e peças: 4,8% (varejo ampliado)
Material de construção: 0,2% (varejo ampliado)
Avanço de 1,3% em 12 meses
No acumulado no ano, o varejo passou a registrar alta de 0,9%. Já o acumulado em 12 meses ficou em 1,3%, ante alta acumulada de 0,9% em setembro, indicando um ganho de fôlego.
“Esse resultado de outubro mostra um repique para cima, que precisamos ter cuidado para avaliar como uma retomada da aceleração. No mínimo, mostra um folego da economia num patamar que já estava alto”, afirmou o gerente da pesquisa.
Segundo Santos, os principais fatores de influência no atual desempenho do comércio são a oferta maior de crédito, juros mais baixos, e a renda extra do Auxílio Emergencial.
No acumulado no ano até outubro, 4 das 8 atividades pesquisadas ainda registram perdas. Veja gráfico abaixo:
A receita nominal do varejo subiu 2% em outubro. Na comparação anual, subiu 2,5%. No acumulado no ano, tem elevação de 4,9%. E em 12 meses, passou a acumular alta de 5,1%.
Só móveis e eletrodomésticos tiveram queda no mês
Entre as 8 atividades pesquisadas, 7 tiveram taxas positivas na comparação com setembro, com destaque para tecidos, vestuário e calçados (6,6%), livros, jornais, revistas e papelaria (6,6%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,7%). O setor de supermercados, que possui o maior peso no índice, avançou 0,6%.
O único segmento que teve queda no mês foi o de móveis e eletrodomésticos (-1,1%), mas ainda é o que acumula o melhor desempenho no ano e desde o início da pandemia.
Pelo conceito varejo ampliado, que inclui “Veículos, motos, partes e peças” e de “Material de construção”, o volume de vendas cresceu 2,1% em relação a setembro e 6% na comparação com outubro de 2019. No acumulado no ano e nos últimos 12 meses, ainda há queda, de 2,6% e de 1,4%, respectivamente.
Na comparação com setembro, o volume de vendas cresceu em 22 das 27 unidades da federação, com destaque para Bahia (3,5%), Piauí (3,1%) e Mato Grosso do Sul (2,9%). Entre as maiores quedas, as que mais pressionaram o índice foram as de Tocantins (-5,4%), Roraima (-2,2%) e Pará (-0,7%).
Crescimento desigual
Embora o patamar de vendas do setor esteja 8% acima do período pré-pandemia, o crescimento se mostra desigual, segundo o IBGE.
Os principais destaques foram são os segmentos de móveis e eletrodomésticos (19% acima do nível de fevereiro), outros artigos de uso pessoal e doméstico (13,3%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,6%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (6,1%).
Outras 4 atividades, porém, tiveram quedas, sendo elas livros, jornais, revistas e papelaria (-33,7%), combustíveis e lubrificantes (-4,7%), tecidos, vestuário e calçados (-4,6%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,1%).
“O varejo ampliado mostra o mesmo comportamento, 4,9% acima de fevereiro, com cinco taxas positivas e cinco negativas. Material de construção teve o maior crescimento (21,5%) e veículos, motos, partes e peças, o menor (-5,2%), depois de livros”, destacou o pesquisador.
Perspectivas
Após o forte tombo no 1º semestre, o comércio é um dos destaque de recuperação da economia, tendo retomado já em agosto o patamar pré-pandemia.
A dúvida agora é como será o desempenho do setor daqui pra frente com o término dos auxílios governamentais, inflação em aceleração e desemprego ainda elevado. A avaliação dos economistas é que o ritmo de recuperação da economia tende desacelerar no 4º trimestre e no começo de 2021.
Prorroga o prazo previsto no artigo 1º da Portaria 42/2020, devendo os trabalhos relativos ao Processo Administrativo Disciplinar nº 01/2020 – Confere.
Em outubro, a produção industrial nacional operava 1,4% acima do pré-pandemia. Em São Paulo, o maior parque fabril do País, a produção rodava 5,3% além do nível de fevereiro.
Os demais locais com ganhos em relação a fevereiro foram Amazonas (com produção 10,8% superior ao pré-pandemia), Santa Catarina (6,1%), Ceará (6,1%), Minas Gerais (5,1%). Paraná (4,3%), Pernambuco (2,6%), Pará (1,3%) e Rio Grande do Sul (0,3%).
Os seis locais ainda com perdas em outubro ante o patamar de fevereiro foram Espírito Santo (-10,8%), Bahia (-7,6%), Rio de Janeiro (-7,1%), Mato Grosso (-5,7%), Nordeste (-3,1%) e Goiás (-1,1%).
A indústria automobilística recuperou, no mês passado, os níveis de produção e exportação de novembro de 2019. A quantidade de unidades licenciadas, porém, ficou abaixo da registrada anteriormente, de acordo com balanço divulgado hoje (7) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O relatório mostra que a demanda do mercado interno diminuiu 7,1%, em comparação com 2019. Foram 225.010 unidades, contra 242 mil. No ano, 1.814.470 automóveis foram emplacados.
Ao contrário das vendas, a produção apresentou leve aumento, de 0,7%, com um total de 238,2 mil autoveículos. Conforme a Anfavea, o volume foi insuficiente para atender ao mercado.
No acumulado do ano, a produção chegou à marca de 1.804.759 unidades, 35% a menos que a do ano passado. Em novembro, também saíram das esteiras de montadoras 11,5 mil caminhões, 1,7 mil ônibus e 5 mil máquinas agrícolas e rodoviárias.
Em entrevista coletiva, representantes da Anfavea também destacaram números relativos à exportação. Em novembro, 44.007 unidades foram enviadas ao exterior, o que se traduziu no melhor resultado desde agosto de 2018. A alta no índice, explicaram, se deu em virtude do represamento que vem ocorrendo nos últimos meses por causa da pandemia de covid-19. Ao longo de todo o ano, 285.925 unidades foram exportadas, número 28,4% inferior ao de 2019.
O presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes, disse que a produção de dezembro é algo que não se prevê facilmente e destacou alguns desafios que o setor enfrenta. Segundo ele, a falta de matéria-prima é o mais preocupante, porque pode significar a paralisação das montadoras.
“O risco de paralisação é muito alto”, afirmou. “Esse é um desafio muito difícil de se administrar.”
Em novembro, as oportunidades de trabalho oferecidas pelo setor também pioraram. Na virada de outubro para o mês passado, o total de vagas passou de 121,4 mil para 120,8 mil. Moraes afirmou que, no período, 1.284 funcionários deixaram as funções por aderir a programas de demissão voluntária (PDVs) ou foram demitidos após contratos temporários serem encerrados.
A produtividade do trabalho na indústria se recuperou no terceiro trimestre de 2020, depois de duas quedas consecutivas como resultado dos efeitos da pandemia do coronavírus sobre a economia. É o que mostra o estudo Produtividade na Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
De acordo com os dados, houve alta de 8% na comparação com o segundo trimestre de 2020, já considerando a série livre de efeitos sazonais. A produtividade é o volume produzido pela indústria da transformação dividido pela quantidade de horas trabalhadas.
A pesquisa revela que o volume produzido nos meses de julho, agosto e setembro cresceu 25,8% em relação ao período que compreende abril, maio e junho, enquanto as horas trabalhadas na produção tiveram alta de 16,4%.
“A indústria se recuperou de forma rápida e intensa a partir de maio, passado o momento mais agudo da crise. Ao longo do trimestre, as fábricas operaram em níveis de ocupação da capacidade instalada crescentes para recompor estoques e atender à rápida recuperação da demanda”, pontua o estudo.
O documento da CNI observa que o crescimento acelerado da produtividade — o maior da série histórica iniciada em 2000 — mais do que compensou a queda acumulada nos dois primeiros trimestres do ano, que chegou à marca de -6,7% na comparação com o quarto trimestre de 2019. O nível registrado agora é superior ao verificado no quarto trimestre de 2017, pico anterior da série histórica.
“O crescimento acelerado da produtividade no terceiro trimestre e a queda acentuada no primeiro semestre do ano são movimentos conjunturais. Eles refletem mudanças na intensidade do esforço do trabalhador e no ritmo de produção que é estabelecido pelas empresas e não mudanças de mais longo prazo, como uma maior qualificação do trabalhador”, explica Samantha Cunha, economista da CNI.
No entanto, apesar do expressivo crescimento mostrado na pesquisa, a expectativa é que a produtividade do trabalho na indústria encerre 2020 com baixo crescimento.
Mesmo que o ritmo de alta seja mantido no último trimestre, o indicador fecha o ano com aumento abaixo do patamar de 1%, o que significa que pelo terceiro ano seguido o crescimento da produtividade deve ficar abaixo de 1% — entre 2017 e 2019, o indicador acumulou alta de apenas 1,5%.